domingo, 7 de junho de 2009

Análise da Modalidade Oral da Língua na entrevista abaixo:

Preparar-se para uma entrevista é, de fato, algo complexo, já que diferente da escrita, a modalidade oral não nos permite um “esboço” do que será dito – ainda que algo seja previamente ensaiado, não se tem a chance de medir exatamente as palavras. Desta forma, pessoas que detêm uma forma de escrever tal, podem, a depender da situação confrontada, transmitir um vocabulário pobre “recheado” de repetições.
Realizamos uma entrevista com profissional de Contabilidade e pudemos analisar as peculiaridades pertinentes ao seu discurso: o mesmo encontrava-se relativamente nervoso e possivelmente desconfortável com a situação, já que o simples fato de estar sendo filmado assusta alguns – em especial profissionais de Contabilidade, tidos como pessoas que não gostam de atrair atenção. O entrevistado expressou-se de maneira informal, através do nível coloquial de linguagem e fez uso quase que exaustivamente de forças de expressão, bem como gírias em alguns casos, percebendo-se a pouca fluência verbal, que contribui para a repetição de palavras.
O vídeo produzido nos remete a uma necessidade sólida do domínio das modalidades da língua, bem como da busca incansável de aprimoramento e conhecimento, o que consequentemente é fator dominante na avaliação do profissional em questão, haja vista a competitividade estar crescendo e o mercado – em todas as áreas – tornar-se gradativamente exigente.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Entrevista: Papel do Profissional Contábil.

Este vídeo nos ajudará a entender melhor o Papel do Contador no Mundo do Trabalho.

Confiram!!

terça-feira, 26 de maio de 2009

O período da Literatura na História da Contabilidade.

Caracterizado pelo ensino da Contabilidade através de livros, o período da Literatura teve seu início com os livros e livretes manuscritos que circulavam para ensinar escrituração contábil.
As provas da existência de tais manuscritos foram oferecidas no século XI, ganhando intensidade no século XIV, no Oriente. Entretanto apesar dessa comprovação, o impulso da difusão do ensino só viria com a obra do frei italiano Luca Pacioli¹, editada em 1494, em Veneza, razão pela qual o professor Federigo Melis constitui como marco da era da Literatura tal acontecimento.
Todavia o escritor Antônio Lopes de Sá, baseando-se em provas de seriedade incontestável, - embora não houvesse o recurso da impressão, sendo os livros copiados de manuscritos – aceita e defende como marco histórico da difusão do ensino da Contabilidade e início da era da Literatura, o século XI, defendendo a aparição dos trabalhos escritos no Oriente Médio, a exemplo do trabalho de Ismail Otar.
Crê-se não haver dúvidas sobre a produção literária ter ganhado intensidade a partir do século XIV, e mais tarde consolidada com a obra do frei Pacioli; entretanto Lopes de Sá chega a afirmar que se deve atribuir o mérito do impacto causado por tal publicação à sua impressão – realizada no processo que fora aperfeiçoado por Gutemberg no século anterior e que contribuíra alcançando maior números de exemplares – e não exatamente ao conteúdo do livro.
Lopes de Sá comenta ainda acerca da circulação de nada menos que seis obras no Oriente Médio; isso antes da obra de Paciolo haver sido editada². A obra manuscrita de Abdullah Ibn Mohammed Ibn Kya al – Mâzenderâni, de 1330, por exemplo, é um importante livro de 277 páginas e já trazia Diário, Razão, Livro de Apuração de Resultado, bem como livros auxiliares e casos especiais de escrita contábil, como Construção, Armazéns, Navegação, etc. Esta surgira antes de algumas e após outras no Oriente Médio, antecedendo, todavia, a obra do frei Paciolo e já apresentava o método das partidas dobradas, igualando débito e crédito.

Benedetto Cotrugli versus Luca Pacioli
Cotrugli, italiano, já expunha a partida dobrada em 1458, através de sua obra manuscrita, intitulada Della mercatura e del mercante perfetto; entretanto só viria a ser editada em 1573, atribuindo a invenção, reformação, ou seja a primeira autoria das partidas dobradas ao frei Luca Pacioli – afirmações desmentidas pela realidade histórica.
Algumas contábeis do século XVI
Em 1516, na Itália, surge a obra de Gian Francesco Aritmético – manual de cálculo contendo poucas páginas dobre a partida dobrada; em 1518 era editado, na Alemanha, um livro de Matheus Schwarz; posteriormente, em 1525, na Itália, surgia a obra de Giovanni Antônio Tagliente, de nome Luminario di arithmetica, libro doppio.

¹ Frei franciscano nascido em Borgo di San Sepolcro, Toscana, em 1447 e falecido em 1517.
² Segundo estudos de Göyünç, referidos pelo professor Otar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

AS EMOÇÕES NA ESFERA PROFISSIONAL.

Parece estranho para alguns falar de emoções no ambiente de trabalho, ou analisar quando e como as usa dentro de uma empresa. Mas nossas emoções estão presentes durante todo o dia; e para nos ajudar a entender como um profissional da área Contábil lida com suas próprias emoções e dos outros, preparamos uma entrevista especial com uma contadora.
Veja o vídeo abaixo!!


quarta-feira, 29 de abril de 2009

Crítica: ENRON - Os Mais Espertos da Sala


Um documentário - baseado no best-seller homônimo, de Bethany McLean e Peter Elkind¹, com direção de Alex Gibney - que relata eficazmente a trajetória da ENRON Oil, megaempresa – a 7ª maior dos EUA – criada na década de 80, que atuava no setor de energia, oferecendo também fontes alternativas – gás natural, por exemplo. É abordado desde a sua brilhante ascensão até o maior caso de falência registrado àquela época nos EUA, que levou consigo não apenas a bilionária estrutura, mas também sonhos e confiança depositados em forma de valores monetários.
A ENRON era comandada por Kenneth Lay – presidente - e Jeffrey Skilling – “braço direito” de Lay e mentor das brilhantes ideias. Posteriormente contariam ainda com Andrew Fastow – diretor financeiro que operava perspicazmente os “milagres” da valorização propostos por Skilling. Três homens que, com suas particularidades, tinham em comum o desejo de alcançar riqueza, cada um com a sua motivação. Skilling, por exemplo, vindo de família pobre, conciliou estudo e trabalho desde muito cedo. Seu sonho era obter “status” financeiramente e ser reconhecido – quiçá eternizado – pela sua grande imaginação, e talvez seja essa a explicação da notoriedade que ganhou no caso.
A empresa levou cerca de 16 anos para obter reconhecimento no mercado financeiro estadunidense e era vista como investimento certo e seguro devido à constante valorização – quase que milagrosa – de suas ações. Todos queriam ser acionistas da ENRON, pois tinham total certeza de que investiam nos melhores; nos “mais espertos”. Sim, dentro da ENRON havia gente muito esperta; especialmente dentro “daquelas salas”. Era ali que tudo acontecia; em determinados andares do luxuoso empreendimento ganhava-se muito dinheiro. Como ocorria? Ninguém pedia maiores explicações. As ações subiam? Lucrava-se com isso? Era o bastante. Saber como o dinheiro surgia era apenas um pormenor que ninguém abordava.
Até a jornalista Bethany McLean fazer as provocantes perguntas: “Como a ENRON ganha dinheiro”? “Não seriam suas ações caras demais”? Tais artigos foram publicados na revista Fortune, com o objetivo de incitar o questionamento de como essa valorização acontecia; qual era a explicação para uma empresa vender lotes de ações por preços tão exorbitantes. Porém não obteve reconhecimento na época, decorrente do encantamento geral provocado pela empresa. A todo o momento, funcionários, investidores e pessoas humildes, eram encorajados, principalmente por Skilling, a investir tudo o que tinham na empresa.
As explicações surgiriam. Descobriria-se que a empresa utilizava artifícios não lícitos para manter suas ações no topo. Através de um método contábil denominado “Marcação a Mercado”², contabilizavam lucros futuros em seus balanços atuais – constantemente manipulados por Fastow. Porém, estes mesmos lucros não estavam concretizando-se e se transformavam em prejuízos milionários, com negócios que não davam certo – em exemplo a tentativa de implantação de energia na Índia, que por falta de condições do país, fracassou. Entretanto a ambição dos condutores da ENRON não permitia assumir a iminente bancarrota.
Visando lucrar ainda mais, propuseram ao governo da Califórnia a desregulamentação³ da energia; e como forma de pressionar os residentes a pagarem o preço, chegaram a provocar um blecaute geral – motivo de piada interna na organização.
O processo que abrange a história da ENRON, se analisado minuciosamente, poderá revelar muito além de números mal contabilizados, falcatruas e manipulações. Talvez nos revele segredos de vida, ou ainda, psicologicamente falando, peculiaridades mentais inerentes aos gestores da empresa que nos remete à filosofia de Tom Morris acerca dos alicerces para a excelência humana, que podem e devem ser aplicados na esfera profissional: apesar da Beleza estética dessa grande corporação, não havia Unidade entre Diretores, clientes e funcionários, e talvez a falta da Bondade de alguns, tenha provocado a escassez da Verdade para muitos. Sem falarmos no claro exemplo da falta de Responsabilidade Social Corporativa, evidenciada no desfecho do caso.
Paradoxalmente à sua ascensão, a ENRON não precisou de tempo superior a algumas semanas para anunciar falência total em dezembro de 2001, deixando milhares de pessoas que haviam investido tudo o que tinham com aposentadorias, previdência e benefícios e agora não restava mais nada além de um prédio vazio. Os responsáveis e co-responsáveis tomaram rumos distintos, cada um recolheu os lucros que conseguiram, venderam seus lotes enquanto puderam e além de fugas e suicídio, ocorreu em maio de 2006, a condenação de Ken Lay e Jeff Skilling por conspiração, podendo chegar a aproximadamente 45 e 185 anos de prisão, respectivamente. Entretanto Ken Lay foi encontrado morto na cidade de Aspen (Colorado) na manhã do dia 05 de julho em decorrência de um provável ataque cardíaco. O pronunciamento da sentença de Lay estava previsto para a segunda quinzena de outubro daquele mesmo ano.

¹ Jornalistas da revista estadunidense Fortune.
² Método contábil relativamente polêmico que consiste em atribuir valores à determinada cota de fundo de investimento, com base no preço de mercado atual, dando ao investidor uma ideia de quanto valeria seu portifólio, caso fechasse um negócio naquele momento.
³ Procedimento onde o governo não interfere na estipulação de preço mínimo para a venda de determinado produto ou serviço.

terça-feira, 7 de abril de 2009

AZIENDALISMO

Doutrina da Contabilidade, a qual consiste na corrente de pensamentos que implantaria a dita Economia Aziendal, segundo Antonio Lopes de Sá. Surgiu a partir da necessidade de existir um sistema de ciências que cuidasse dos fenômenos ocorridos em torno do mundo particular das aziendas¹, se formou ao longo de muitos anos, obtendo lentamente sua consolidação.
Lopes de Sá define como objeto de estudo do Aziendalismo, os fenômenos ocorridos nas células sociais².
Fenômenos esses que, pode-se dizer, são produzidos pelas riquezas. Entretanto, não apenas estas. Quando se fala em fenômenos, entendemos por toda e qualquer movimentação pertinentes ao patrimônio e à organização num todo - isto inclui os elementos humanos a ela pertencentes.
Europa
O Aziendalismo teve suas origens com pesquisadores de outras partes da Europa, – França, Rússia, Suíça e Alemanha - antes de se desenvolver como grande escola de pensamento italiano.
Dentre os principais representantes europeus destaca-se Courcelle-Seneuil, Leo Gomberg, Johann Friedrich Schär, H.Nicklisch e Rudolf Dietrich.
Itália
Iniciado pelos ilustres mestres Alberto Ceccherelli e Gino Zappa, O Aziendalismo italiano teve inúmeros seguidores para dar seguimento às luzes desses pioneiros, formando a maior corrente de pensamento doutrinário das ciências aziendais do século, apesar do forte declínio que sofreria a partir do século XX, mais precisamente, na década de 60.
Os aziendalistas se preocupavam em estudar o conjunto de ciências que tratavam da azienda como campo de aplicação. Compunha-se da Administração, da Organização e da Contabilidade, sendo cada ciência apenas parte desse conjunto.
Como destaques na forte corrente italiana temos: Alberto Ceccherelli, Gino Zappa e Pietro Onida.


¹ Célula social onde o homem desenvolve atividades para a satisfação de suas necessidades, chamada, impropriamente, de “entidade”, poderá ser denotada como “organização” ou “instituição”. Constitui-se em elementos humanos e patrimônio ou riqueza.
² Vale ressaltar que o estudo das células em si (aziendas) em nada compete à Contabilidade, pois esta se preocupa tão somente com os fenômenos aziendais.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O TERMINAL - Crítica cinematográfica.

O filme – baseado em um acontecimento real¹ - traz o drama de Viktor Navorski, imigrante da Khrakozhia que, movido por uma promessa póstuma feita ao pai, chega à Nova Iorque. O fato de ter uma “bagagem” de “meia dúzia” de frases soltas decoradas transmite para ele a ideia de controle da situação. Mas por não dominar o idioma do local onde estava, Viktor teria muitos problemas à sua espera. Ele não sabe, mas antes do seu desembarque, seu país sofre um Golpe de Estado e está em guerra. Devido a isso, Navorski não tem permissão para adentrar “os portões da América”. Porém como explicar isso ao “inaceitável” Viktor? Nas tentativas frustradas da diretoria – utilizando a linguagem mista – nada foi absorvido, pois os funcionários se encontravam na mesma situação do seu visitante.
Quão arriscado pode ser infiltrar-se em um local do qual se é totalmente estranho? Navorski teria essa resposta ao ouvir o Hino Nacional do seu país pela TV. As imagens – numa linguagem não-verbal – o fazem perceber que algo não vai bem, entretanto compreender o que ali está escrito é mais difícil do que ele pensava...
Apegado à necessidade de entender a transmissão para situar-se quanto ao que acontecia consigo ali, ele adquire dois livros idênticos, sendo um na língua inglesa e outro na sua própria;
usando um método de comparação, que o auxiliará na compreensão urgente do inglês. Só aí tudo começa a fazer sentido pra ele, e perceberá que nada pode fazer, se não esperar² . Transformando um problema em aprendizado para ele e outros, a personagem desenvolve meios alternativos de comunicação para sua sobrevivência e faz ótimo uso da linguagem não-verbal, descobrindo quase tudo apenas na observação e utilização dos gestos.
O filme como um todo, nos traz uma abundância de recursos para obtenção da comunicação, sendo ímpar em várias cenas, em exemplo ao mostrar como a personagem – que desconhece o código local – terá sua presença imprescindível ao evitar uma tragédia eminente com outro estrangeiro. Apenas Viktor dominava seu idioma e só ele conseguiu resolver aquilo.
A exposição constante de merchandising³ nos transmite a ideia de corriqueiro e assim, nos introduz um nome, uma logomarca, um slogan, fazendo da aquisição da mercadoria algo muito natural. A exploração da imagem da personagem principal feita pelas marcas Burger King e Hugo Boss, especialmente, transmite-nos com sucesso suas mensagens.
As sinalizações vistas no filme, em muito ajudarão Navorski durante sua permanência ali e pode-se observar graças a alguma delas, o surgimento de uma paixão, um casamento e amizades impagáveis no desenrolar de uma história interessante que nos transmite entre outras mensagens a de que somos o que sabemos, ou o que aprendemos a compreender.


¹ Merhan Nasseri, um refugiado iraniano que fica preso no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris por dezesseis anos.
² A personagem Viktor Navorski permanece no aeroporto John Fitzgerald Kennedy durante nove meses.
³ Técnica utilizada como estratégia à necessidade de comercializar o produto por si só, sem que haja para isso a presença de um vendedor. Muito utilizado em rádios, televisão e cinema.